A Poesia Que Sinto!

Gosto de brincar com as palavras...Para mim, é um jogo onde coloco tudo o que sinto!A conselho dos Amigos, decidi criar este Blog para dar a conhecer e partilhar o que escrevo.
Desejo a quem ler, bons momentos de poesia e que se divirtam tanto como eu me diverti a fazê-la!
Letinha

sábado, 9 de fevereiro de 2008

As minhas bonecas..I



As minhas bonecas 1




Chegou aquele Natal…
Tinha-me portado bem!
E sabia que tinha prendas
Do meu pai e minha mãe!

Logo bem de manhãzinha
Para os embrulhos…corri!
Que pouca sorte a minha!
Nada do que desejara…
E tão bem eu me portara!
Conseguia ver ali!

Minha mãe tinha-me dado
Um carrinho de bonecas!
Era de verga, aprumado
Tinha folhos em todo o lado
Tinha tules e muitas tretas!

Lençóis, colcha e almofada
Uma manta acolchoada
Tudo bordado a preceito
Deitado neste carrinho
Parecendo pássaro no ninho
Um bonequinho perfeito!

Tinha pijama e tudo!
O tal menino de truz!
Era loiro…cabeludo…
E a cobri-lo…um capuz!

Fiquei desiludida
Com aquela prenda achada
Mas como criança esperta
Não fiquei atrapalhada!
Pouco tempo depois…
O boneco desaparecia…
Sentei o rabo no carro
E no carro… eu corria!

A pega… era o volante!
Coloquei um pau às mudanças
A buzina era a boca…
Que mente têm as crianças!
Corria como um piloto
Daqueles profissionais…
E do desgraçado do boneco
Não quis saber…nunca mais!

Quanto ao tal de violino
Que o meu pai me comprou
Não mostrei muito jeito
Nunca, na vida, tocou!
Mas achei logo serviço
Era muito bom de ver!
Tinha a forma perfeita
P’ra, de espingarda, fazer!

As minhas bonecas...







As minhas bonecas...



Quando era pequenina
E seguindo a tradição
Os brinquedos que me davam
Eram do mesmo padrão.
Bonecas!
E mesmo de tenra idade
Pensava meio zangada
"Outra vez uma boneca?
Não quero isto p'ra nada!"

A 1ª que me deram...
Devia muito valer
De papelão era feita
Com roupa a condizer...
Era grande para mim...
Quase do meu tamanho...
Se parecia menina...
Também precisava de um banho!

E ....zás!
Dentro do tanque!
Da roupa, lá no quintal!
Passou a noite em barrela...
Imaginem o final!
Era só papelão!
Pela água...a boiar!
Eu...levei um "estaladão"!
E p'ra terminar a lição...
Uma semana sem brincar!

Em troca e em segredo...
Ao meu pai ia pedindo
Baixinho e quase a medo
Que a mãe estivesse ouvindo...
" O que eu queria...não tenho!
Quando me vais dar, afinal?...
Um cavalo do meu tamanho...
De tom branco e castanho
Que me faria "imortal"!

Diz o meu pai num sorriso
"Vamos ver...para o Natal!"
Prometendo ter juízo
Comportada e com siso
Para nada correr mal!
E sabem o que me esperava
Como prenda de Natal?
Um violino completo....
E outra boneca...afinal!!!!


Depois conto mais.....nem imaginam o que aconteceu à boneca e..ao violino!




Letinha