O Baloiço
Também morei em S. Paulo
Num Largo bem “afamado”
Ambaca tinha por nome
E tinha, um cinema, ao lado!
Tinha, na altura, nove anos
Tipo Maria-Rapaz
Nada me metia medo
De tudo eu era capaz!
E quando tocava a maka
P’rá maka me desunhava!
Então bater em rapazes…
Era o que eu mais gostava!
Não riam! É bem verdade!
Adorava andar em brigas
Mas apenas com rapazes
Não tinha graça com raparigas…
Mas voltemos à tal história…
Como me perco a falar!!!
Passou-se nessa vivenda
Quando andava a brincar!
No quintal dessa tal casa
Por baixo da mulembeira
Dois baloiços esperavam
A malta, p’rá brincadeira
Para mim, conforme o dia,
Era o Silver ou o Trovão
Os tais cavalos famosos
Dos meus “heróis” de então!
Nesse dia…Ai nesse dia!
O meu “cavalo” Trovão
Outro o tinha montado…
E… atirei o “cavaleiro” ao chão!
Foi uma luta renhida!
Pontapés e bofetadas
Socos, murros e lambadas
Nem me sentia ferida!
Quando, saindo de casa
Minha mãe me agarrou!
Eu gritava: “Deixa-me agora!
A guerra não acabou!”
Mas tinha chegado ao fim…
O tal menino abusado
Que meu “cavalo” montou…
A chorar que nem desalmado
Em casa se refugiou!
Desde esse dia em diante
O meu “cavalo” lá estava…
Sempre livre e disponível
Mesmo se não o “montava”….
Letinha